Saiba mais sobre a violência psicológica e como combatê-la

Em maio de 2016, mais de 30 homens abusaram sexualmente de uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro. Após outros dois casos de estupros coletivos na mesma semana, o termo cultura do estupro voltou a ser utilizado no Brasil. Mas você sabe o porquê a prática deste crime é chamado desta forma no país e quais comportamentos, realizados pela sociedade, são relacionados ao termo?

O que é a cultura do estupro

O termo refere-se à prática, estímulo e divulgação de casos de crimes de estupro cometidos no país. Em função da quantidade de ocorrências, denunciadas ou não, associadas ao número de práticas de assédio e outras maneiras de objetificação feminina, surgiu o questionamento: no país a prática do crime é tão frequente, que chega a fazer parte da cultura?

Por que falar sobre a cultura do estupro

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E não é exagero quando falamos de cultura de estupro, uma vez que pelo menos 86% das mulheres já foram assediadas no Brasil. O país além de ser majoritariamente conservador, ainda possui uma parcela da população com a mentalidade machista, onde acredita que haja soberania dos homens perante as mulheres. Enquanto os homens são incentivados a demonstrarem sua masculinidade, as mulheres são analisadas e julgadas por seus valores, atitudes e comportamentos. Falarmos sobre a cultura do estupro, pode dar mais voz às mulheres e até ampliar o diálogo sobre o tema na sociedade.

6 pontos importantes sobre a cultura do estupro

Além do que já explicamos acima, confira outros informações relevantes quando o tema é a cultura de estupro no Brasil.

1. O abuso sofrido deve ser relatado e denunciado

Ainda é comum mulheres que foram sofreram de abuso sexual terem medo ou vergonha de relatarem ou denunciarem o fato à entidades de proteção ou familiares e pessoas próximas. Porém, é importante que a atitude seja tomada como forma de punição aos infratores e principalmente como forma de proteção para a vítima.

2. A vítima nunca é a culpada

É comum ouvirmos justificativas de estupros ligadas ao comprimento das roupas que a vítima estava utilizando, ou por estar andando sozinha à noite pela rua ou por ter bebido um pouco a mais. Isso só demonstra o pensamento conservador e machista da população brasileira, uma vez que a mulher deveria ter os mesmos direitos que os homens e que a vítima nunca é a responsável pela situação.

3. Mulher não é um objeto

A objetificação feminina é a ideia de que a mulher tem apenas a função de despertar o interesse sexual no homem. Além de sofrerem com olhares e comentários, vindos de desconhecidos ou não, a objetificação das mulheres também pode ser notada em campanhas publicitárias, principalmente as de cervejas.

4. Parentes também cometem crime

Dados do estudo realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com a Associação de Educação do Homem de Amanhã de Brasília (HABRA), mostram que 48% das vítimas de estupro tinham algum vínculo familiar ou relação próxima com o criminoso. É importante que mesmo assim, que o caso seja relatado.

5. O estuprador não é igual aos filmes

Muitas vezes ao vermos filmes ou novelas que abordam a temática, criamos a falsa imagem do abusador como alguém com cara de mau e até problemas psicológicos. Porém, se levar em consideração que a prática do abuso é frequentemente feita por parentes e até companheiros de relacionamentos, esta imagem é desfeita e pode-se perceber que o estuprador também pode ser um cara normal.

6. Não existe mulher para casar e mulher para passar a noite

Nenhuma mulher deve ser dividida em grupos em função de seu comportamento, costumes e crenças. Além disso, suas atitudes nunca devem justificar qualquer forma de abuso.

A cultura do estupro no Brasil

Por outro lado, outro motivo importante para falarmos sobre a cultura de estupro no Brasil são os dados disponibilizados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). De acordo com a organização, em 2017 o Brasil ocupava a 5ª posição no ranking mundial de Feminicídios e só estava abaixo dos países El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
Além disso, segundo dados do Relógio da Violência, do Instituto Maria da Penha, a cada 1,4 segundo uma mulher é vítima de assédio, sendo que em boa parte dos casos o crime é cometido por pessoas próximas à vítima.

Entenda mais sobre a cultura do estupro

Ainda ficou com alguma dúvida sobre a cultura de estupro? Confira uma lista com 3 vídeos para poder entender mais sobre o tema.

1- Cadê a Chave

O casal, Leon e Nilce, explica mais sobre o conceito da cultura de estupro e comentam sobre a necessidade de divulgar mais informações sobre o assunto, uma vez que que os discursos proferidos pela sociedade colaboram para a divulgação desta cultura.

2- Cultura do Estupro

Na série “2 minutos para entender”, o canal da revista Superinteressante explanou mais sobre o tema e mostrou como a cultura de estupro está em diversos locais, como: música, comerciais e novelas.

3 -VAMOS FAZER UM ESCANDALO

Após comentários de homens sexualizando uma das participantes do programa Master Chef Junior, a youtuber Jout Joutem resolver publicar um vídeo falando sobre a cultura de estupro no Brasil e sobre os assédios às crianças.

Esperamos ter te ajudado a compreender melhor o assunto tão presente e tão importante na sociedade. Caso queira aprender mais sobre o assunto, veja a matéria sobre assédio.

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