NASA adia caminhada espacial por causa de lixo orbital próximo à ISS

A NASA adiou a caminhada espacial que ocorreria nesta terça-feira (30) do lado de fora da Estação Espacial Internacional (ISS), por causa de um alerta sobre detritos espaciais que passariam próximos à unidade. O comunicado foi divulgado poucas horas antes de os astronautas Tom Marshburn e Kayla Barron realizarem uma atividade de reparação em uma antena da estação.

Na noite de segunda-feira (29), a agência recebeu um alerta sobre possíveis destroços espaciais que poderiam atravessar o caminho da ISS, que poderiam colocar em risco a vida dos astronautas durante a atividade fora da unidade. Marshburn e Barron estavam programados para substituir uma antena da ISS que recentemente parou de transmitir dados.

Os astronautas Thomas Marshburn e Kayla Barron aguardam por uma nova data (Imagem: Reprodução/NASA)

Além disso, a agência espacial acrescentou que, por conta da falta de oportunidade de avaliar a real dimensão dos riscos, “as equipes decidiram adiar a caminhada espacial até que mais informações estejam disponíveis”. No entanto, ainda não foram identificados destroços próximos à ISS.

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Mas vale lembrar que, no dia 15 de novembro, as equipes a bordo da estação precisaram se abrigar nas naves Soyuz e Crew Dragon por várias horas, após um teste antissatélite russo realizado naquele mesmo dia ter gerado milhares de destroços na órbita da Terra — e em altitudes próximas da ISS.

Concepção artística do teste antissatélite russo que gerou milhares de detritos espaciais (Imagem: Reprodução/ESA)

Segundo a vice-gerente do programa da ISS na NASA, Dana Weigel, “desde aquela época, os detritos se dispersaram um pouco mais”. Weigel também acrescentou que, embora a quantidade de detritos tenha aumentado, a ameaça aos trajes espaciais subiu apenas 7%.

Lixo espacial é uma ameaça

Ainda de acordo com a vice-gerente da ISS, os riscos se referem à penetração de detritos muito pequenos nos trajes espaciais, mas isto não significa, necessariamente, uma catástrofe. Em uma caminhada com seis horas e meia de duração, estima-se um risco de 1 em 2.700.

Caminhadas espaciais são necessárias para reparar algumas peças da ISS (Imagem: Reprodução/Doug Hurley)

O risco pode não ser tão grande assim, mas todo cuidado é pouco. Por isso, os gerentes da ISS modificaram a caminhada para reduzir o tempo que os astronautas passam ao lado de fora, concluindo as tarefas antes do prazo.

O programa geral da estação já rastreou 1.700 detritos relacionados ao teste russo. “Levará alguns meses para que todos eles sejam catalogados e entrem em nossos processos normais de rastreamento de detritos”, acrescentou Weigel.

Uso responsável do espaço

Lideranças partidárias do Comitê de Comércio do Senado norte-americano emitiram uma carta, no dia 29 de novembro, para a vice-presidente Kamala Harris, solicitando que a mesma abordasse o acidente do teste russo durante reunião do Conselho Espacial Nacional, que acontece em 1º de dezembro.

Estima-se que atualmente existam mais de 26 mil objetos orbitando a Terra, incluindo satélites desativados (Imagem: Reprodução/NASA)

A carta pedia que Harris defendesse o alinhamento das prioridades e atividades de sustentabilidade do espaço, além de desenvolver um diálogo internacional sobre normas de comportamento responsável. O governo não revelou nenhum detalhe da reunião do Conselho Espacial Nacional.

Em uma carta seguinte, de mesma data, os senadores também questionaram a secretária do Comércio, Gina Raimondo, sobre o andamento da nomeação para um novo diretor do Escritório de Comércio Espacial, cargo desocupado desde o início do atual governo Biden.

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